terça-feira, 23 de maio de 2017

Figuras de Linguagem IV

Figuras de palavras: São aquelas que resultam do emprego de uma palavra em um contexto que altera sua significação habitual, desvia do sentido normal e adquire um novo.

1. Comparação: Ocorre COMPARAÇÃO quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos: assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros.
Ex:  “Eu faço versos como quem chora
  De desalento... de desencanto...”  
 (M. Bandeira)

Meu coração está igual a um céu cinzento.

“Amou daquela vez como se fosse máquina.
Beijou sua mulher como se fosse lógico.
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas.
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro.
E flutuou no ar como se fosse um príncipe.
E se acabou no chão feito um pacote bêbado.”  (Chico Buarque)

2. Metáfora: Comparação MENTAL OU SUBENTENDIDA (abreviada), prevalecendo a relação de semelhança. Não aparece a conjunção “como”
Ex: “Meu coração é um balde despejado.”   (Fernando Pessoa)

“O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.”  (Carlos Drummond de Andrade)

Minha boca é um túmulo.

3MetonímiaÉ a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma RELAÇÃO LÓGICA, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos::

A.  Efeito pela causa:
Ex: Sócrates tomou a morte. (por veneno)
         “E assim o operário ia
          Com suor e com cimento (Com trabalho)
          Erguendo uma casa aqui
          Adiante um apartamento.”    (Vinícius de Morais)
B. Autor pela obra:
Ex:  Gosto de ouvir Caetano Veloso.
         Ela aprecia ler Jorge Amado
         Comprei um Portinari.

C. Continente pelo conteúdo:
Ex:   Antes de sair, tomamos um cálice de licor.
       No aniversário daquela atriz foram servidos mais de vinte pratos deliciosos.
      O ginásio aplaudiu a seleção. (torcedores)

D.  Parte pelo todo:
Ex:  A choupana não suportou quatro invernos.
       Não tinha um teto onde cair morto.

 E. Singular pelo plural:
Ex: O homem, que é mortal, imortaliza-se por meio de suas conquistas.
      O brasileiro é malandro.

F. O lugar de origem ou de produção pelo produto:
Ex:  Comprei uma garrafa do legítimo porto. (O vinho da cidade do Porto.)
       Ofereceu-me um havana. (Um charuto produzido em Havana.)

G. O abstrato pelo concreto:
Ex:  Não devemos contar com o seu coração. (Sentimento, sensibilidade)
       A velhice deve ser respeitada.  (As pessoas idosas.)

H. O símbolo pela coisa simbolizada:
Ex: A coroa foi disputada pelos revolucionários. (O poder.)
      Não te afastes da cruz. (O cristianismo.)

I. A matéria pelo produto:
Ex: Lento, o bronze soa. (O sino.)
       Joguei duas pratas no chapéu do mendigo. (Moedas de prata.)

J. O instrumento pela pessoa que o utiliza:
Ex:  Ele é um bom garfo. ( Guloso, glutão)

L. A marca pelo produto:
Ex: Vá comprar bombril no mercadinho.
       Vamos tomar uma coca-cola bem gelada.

4Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por EMPRÉSTIMO. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado. (Pé de mesa, cabeça de alho, batata da perna, etc.)
Ex: O pé da mesa estava quebrado.

26. Sinestesia: interpretação sensorial, onde há a FUSÃO DE DOIS SENTIDOS OU MAIS (olfato, visão, audição, gustação e tato).
Ex.: O sol de outono caía com uma luz pálida e macia.

Dirigiu-lhe uma palavra branca e fria como agradecimento”.

Um grito áspero revelava tudo o que sentia.

No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os acontecimentos.

Raquel tem um olhar frio, desesperador.

Aquela criança tem um olhar tão doce

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