quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Como tomar um tacacá

Crônica publicada dia 16 de fevereiro de 1964, no jornal "A Província do Pará", por VERA MOGILKA, turista gaúcha, que retratou de modo interessante o Tacacá em diversos dos seus aspectos.
"O tacacá, toma-se? Bebe-se? Sorve-se? Saboreia-se? Não, o tacacá deseja-se, de repente, como se deseja uma mulher, como se deseja retornar ao amor da adolescência. O tacacá possui o toque agudo da saudade. A memória de seu sabor salgado e ar­dente assalta-nos sem aviso, em pleno dia, em determinadas horas de distração. [...] Desejo de tacacá. Porque, para tomá-lo, é preciso, antes de tudo, um ritual.
É preciso que seja ao anoitecer. Ainda não de todo noite completa; ainda não dia findo. Àquela hora semi-crepuscular, indecisa e feminina quando, por fim, o céu se envolve de um azul-cinzento intenso ou aquela chuva antes da saída da lua. 
É preciso que estejamos cansados, tão fatigados que nada nos afigure mais necessá­rio, naquele momento, do que tomar um tacacá. Nem o bate-papo informal com o amigo. Nem o café na Central. Nem o olhar à mulher que passa. Apenas, a pro­cura, a única procura por um tacacá, com pouca pimenta ou muita e bem quente.
Depois, é preciso que haja um banco. Tacacá toma-se sentado para que o corpo repouse e possa se entregar completamente ao prazer de saboreá-lo. Porque o tacacá é extremamente absorvente. Quando bem feito, o que ocorre pouco. Pois fazê-lo e tomá-lo é uma arte.
É preciso, também, que a noite desponte ao chegarmos junto ao carrinho de tacacá. E comece a chover, levemente. Faça algo de frio, algo de úmido. O que não é difícil em Belém. 
Depois, como estamos cansados e queremos esquecer, esperamos. Uma paciência longa e calma, até que a dona do tacacá termine por prepará-lo. De preferência que seja em Nazaré ou olhando a Igreja da Trindade.
É preciso que o tucupi seja leve, amarelo-canário e novo. Que a goma bóie no líquido, espalhada por acaso e se mostre apenas por alguns instantes; que não haja muita folha; que os três ou quatro camarões sejam médios, nem grandes demais ou minúsculo e somente uma parte deles apareça, a ligeira carne rósea a deixar-se entrever, adivinhar-se na cuia olorosa. 
Depois, é preciso que haja sal e pimenta de cheiro, mas não em demasia; o suficiente para nos queimar a alma nos primeiros goles e reanimar o corpo; então renascemos para a noite e a alegria novamente nos habita. O suficiente apenas para desvanecer seu fervor após esses primeiros goles e tornar-se depois, uma presença quente, já quase uma memória, na ponta da língua.
É preciso saber tomar o tacacá. Aos primeiros sorvos integralmente seu calor, sua salinidade, seu gosto de mar quente, de arbusto e molusco que os lábios experimen­tam fugidiamente. 
É preciso que o jambú e os camarões pousem lentamente no fundo da cuia e venham à boca, por si mesmos, sem o auxílio dos dedos. É necessário que não sejamos interrompidos. Apenas um aceno de cabeça aos conhecidos que passam. Um filtro mágico que se bebe em silêncio e solidão. Somente a comunicação imperceptível com a tacacazeira: feiticeira moderna numa terra onde as lendas ainda sobrevivem em um mundo que se materializa inexoravelmente.
Chegados ao fim do tacacá, é preciso que o mesmo ainda se conserve morno, assim como o fim de um amor. Jamais frio. Não existe nada pior do que um tacacá frio. É como champanhe sem gelo. Neste momento tomaremos contacto real com as grandes porções maternais de goma penetradas pelo tucupi e pela amargura das folhas. Há sempre um gato gordíssimo perto do carro de uma tacacazeira. Ele comerá, displicentemente, as cascas de camarão que atirarmos ao chão. A cuia está vazia.
Agora, o mais importante: jamais repetir o tacacá, na mesma noite. A segunda cuia nunca devolverá o sabor da primeira. O primeiro tacacá daquele dia é único, autêntico, original, insubstituível como o gosto do primeiro beijo. Como a primeira entrega de amor. Porque os tecidos de nosso cansaço e de nossos desejos são satis­feitos. Porque foi necessário todo um dia infrutífero e todo um sol de toda uma chuva para alcançá-la. Todo o equívoco das relações humanas, toda a falta de solidariedade, de cortesia, de amizade e de comunicação com os outros. A decep­ção será fatal se arriscarmos um segundo, fiéis à gula. É preciso permitir-se um resto de fome, um resto de desejo para o dia seguinte, um resto de tristeza intransferível. Quando a baía abrir suas margens de musgo para recolher as asas do dia; quando a lua surgir em seu halo de chuva; quando chegarmos ao fim de nossas tarefas cotidianas, então, novamente, sentiremos na ponta da língua a subtaneidade acre do tucupi.
[...]

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Línguagem formal X Linguagem informal

Como é a primeira postagem que estou fazendo sobre este tema aqui no blog, gostaria de compartilhar e interagir com vocês um assunto bastante cobrado no Ensino Médio e nos vestibulares de todo o Brasil, que é sobre o uso da formalidade e da informalidade da Língua Portuguesa.
Já sabemos que em Português, temos vários níveis de linguagem, várias formas de dizer a mesma mensagem, uma vez que não falamos sempre do mesmo jeito. Para nos comunicarmos melhor e adequadamente, temos de levar em consideração alguns elementos que garantem a eficiência de nossa mensagem.
Exemplificando: se você conversa com um colega, um amigo, você fala de um modo. Usa uma linguagem. Se esse mesmo assunto for falado com uma autoridade, seu jeito de se comunicar será diferente. E mais, se esse mesmo conteúdo for dirigido a uma criança pequena, também você terá de mudar sua forma de comunicação.
Essas diferenças de situação envolvendo o tema, a forma de comunicação e os interlocutores são chamadas de registro e elas determinam diferentes níveis de linguagem: mais formal, menos formal; mais distante, menos distante. Observe o vídeo a seguir para você entender melhor o que estou falando:

Viu? Nós escolhemos níveis de linguagem diferentes conforme as situações de comunicação em que nos encontramos. Assim é que não usaremos em uma carta para a namorada, por exemplo, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos para redigir um requerimento à diretoria da escola.
É importante estarmos conscientes da necessidade de adequação da linguagem às situações de interação e, especificamente, da importância da utilização de uma linguagem formal nos textos acadêmicos.
Não há dúvidas de que possuímos um conhecimento intuitivo a esse respeito, mas, muitas vezes, nos esquecemos dele e acabamos por produzir textos recheados de marcas de oralidade, o que pode prejudicar a avaliação de nossos trabalhos.
Por isso, é muito importante que compreendamos o que se entende por registro, para podermos identificá-lo em situações concretas e fazer uso dele, adequando nossa linguagem às situações, principalmente na vida acadêmica.
Precisamos levar em conta:
 O leitor a quem nossos textos de dirigem, ou seja, nosso interlocutor na interação verbal;
 o assunto sobre o qual versa o texto;
 e o papel desempenhado pela língua.
Essa distinção permite diferenciar linguagem informal de linguagem formal.
Portanto, você teve de usar níveis de linguagem diferenciados para cada destinatário de sua mensagem. Para efeitos didáticos, vamos considerar apenas dois níveis de linguagem, embora existam outros:
• o informal ou coloquial, usado mais comumente em conversas entre amigos, conhecidos mais íntimos;
• o formal ou culto, usado em situações de maior cerimônia, quando devem ser observadas as normas gramaticais.
Vejamos algumas diferenças entre essas formas de linguagem:
Devemos ficar atentos para não utilizar, na redação de nossos textos na escola e, futuramente, na universidade ou na empresa, elementos próprios da linguagem informal e, portanto, inadequados à linguagem acadêmica ou empresarial.

Agora, um desafio: Atente para a seguinte situação: 

Casamento de classe média.

Noivos: Suzana e Nestor.
Espaço: igreja repleta de convidados.
Cena: Encaminhamento normal da cerimônia até a hora do “sim”. Nestor diz sim. Todavia, quando chega a vez de Suzana, esta se levanta, encara as pessoas e diz: “Gente, eu pensei e não vai dar. Não quero me casar.”
Pânico geral. Burburinhos, gestos descontrolados. Os convidados se agitam. A mãe do noivo desmaia...

  • Considerando o nível de linguagem, escreva o comentário que provavelmente elas fizeram.
• padre
• amiga fofoqueira
• jornalista - feminista radical
• casal de namorados adolescentes
• avô de Nestor - de moral intransigente
• Marli, sobrinha de Suzana - 10 anos
• Marcos, padrinho do noivo - político
• Dr. Pimentel, padrinho da noiva - advogado

Cuidados com seu computador

É de fundamental importância que façamos sempre uma boa manutenção preventiva/corretiva nos computadores para que se tenha um funcionamento adequado da sala de informática da escola, além de uma boa conscientização dos usuários sobre a utilização segura e responsável da Internet, de forma que possamos evitar problemas futuros: como vírus, travamentos, arquivos corrompidos, lentidão, crimes virtuais, etc.
Dessa forma achei necessário fazer uma lista de ações que podem melhorar o desempenho do computador e prevenir ações dos hackers:
1. Inicialmente, é importante fazer a verificação para saber se todos os cabos estão conectados corretamente em seus respectivos pontos e tomadas
2. Após essa verificação, devemos fazer uma limpeza no computador, excluindo todos os arquivos que não estejam sendo usados e caso haja arquivos importantes podemos fazer uma cópia em CD ou DVD para guardar esses arquivos evitando assim perder os mesmos no caso de uma pane no computador.
3. Outra ação que limpa o computador, deixando-o mais leve é desinstalar programas desnecessários.
4. Periodicamente é importante fazer a desfragmentação do disco rígido, (o sistema operacional Windows já oferece um desfragmentador de disco), ação que possibilita o agrupamento de arquivos que estão espalhadas pelo disco, facilitando e agilizando o acesso as mesmas.
5. Existem vários vírus, worms, spies e uma infinidade de intrusos que podem tornar o computador lento, travar e, até mesmo, causar a perda de arquivos importantes e roubo de senhas, para que isso não ocorra é de suma importância que se instale um bom anti-vírus, não esquecendo que é necessário que se faça a atualização desse anti-vírus, pelo menos semanalmente.
6. A fonte AT ou ATX costumar acumular muita poeira, isso pode tornar o computador mais lento ou travá-lo. Para garantir o bom funcionamento deste componente é preciso que faça uma limpeza, pelo menos, a cada seis meses, retirando o pó com um pincel de cerdas macias.
Se tivermos todos esses cuidados e estivermos conscientes de que devemos usá-lo da forma mais responsável e segura possível, todos esses problemas serão evitados e aí ligando e desligando o computador de forma correta e sabendo acessar os programas e os arquivos, além de conhecer os perigos virtuais para assim proteger-se deles. Segue abaixo uma lista desses eventuais perigos e como podemos nos proteger deles:
1. Vírus - são programas ou scripts criados com o intuito de causar algum mal ao computador, tal como a perda de uma informação ou bloqueio das funcionalidades do computador. São conhecidos como vírus porque muitos desses programas possuem capacidade de auto-reprodução e infestação;
2. Trojan - são programas que também buscam instalar-se em um computador, só que, de forma similar à história do Cavalo de Tróia (daí o seu nome), busca abrir portas para que o computador possa ser acessado por outra pessoa, o que pode facilitar a disseminação do trojan, bem como utilizar-se de outros recursos daquele computador ou mesmo causar algum dano;
3. Spywares - estes possuem o intuito de bancarem os “espiões”, vasculhando ao máximo as informações de seu computador e enviando para outrém. Um exemplo é o caso de spywares que se inserem em um computador a fim de roubarem dados confidenciais como cartões de crédito, senhas de banco, etc;
4. AD-wares - diferentemente dos anteriores, o maior mal que estes aqui causam é a exibição de propagandas (algumas vezes abrindo somente uma “janelinha popup”, outras vezes criando de forma incômoda e ininterrupta uma grande seqüência delas);
5. Phishing - técnica usada a fim de conseguir capturar dados pessoais (senhas de email, de banco, de cartão de crédito, etc.) de uma pessoa. Muitas vezes tratam-se de falsos formulários disponibilizados na web que tentam se passar por alguma instituição grande e importante dizendo necessitar de seus dados para algo (conferir problema bancário, entrega de alguma premiação, verificação de situação no SPC, etc.).
6. Nunca deixe seu computador sem um bom anti-vírus instalado e atualizado. Caso não possa adquirir uma licença de anti-vírus, há algumas opções gratuitas na Internet - uma delas é o AVG Free, o Mcafee free e o Avast Free;
7. Há sites cheios de spywares e vírus e, quando nos damos conta, a máquina está infestada! Sendo assim, navegue sempre em sites seguros, de qualidade e confiança garantida;
8. Muito cuidado com senhas - evite deixa-las em lugar de livre acesso ou divulga-lás para outras pessoas, mesmo que aparentemente sejam de sua confiança. Da mesma forma, evite salvá-las na memória do computador, principalmente se estiver usando computador público;
9. Muito cuidado com os emails, bem como arquivos anexados ou links indicados - cheque se o arquivo é realmente seguro;
10. Cuidado com os dados que você informa em algum formulário que lhe fora enviado, principalmente se aquele formulário veio até você sem que você tivesse feito alguma requisição! Você pode acabar sendo pego pela técnica de phishing!
11. Não acessar sites de conteúdo duvidoso, que propagam pornografia, racismo, violência, pedofilia, informações incorretas e perigosas, etc;
12. Sala de bate-papo com estranhos é de extremo perigo, portanto evite-as e, caso entre em alguma, evite fornecer dados pessoais.

Imagens: Google